quarta-feira, 6 de abril de 2011





Procuro razão pra sorrir,
mas vejo o amor partir
mesmo sem querer ir...
E seu espaço deixado
nos corações, extirpado,
ocupado pelo desamor.
Retrato claro e falado
de que amar é difícil,
que doar-se é impossível,
pois quem ama, cuida,
dá-se, perdoa...não magoa,
divide, permite, admite...
Abençoa .
Amar dá trabalho.
Assim é que encaro.
E comparo com a realidade,
com a solícita sociedade,
solicitude mascarada,
sociedade estagnada,
a cruzar os braços
pra se privar do abraço.
Mantém-se calada
inibindo a palavra
num momento de dor
em que se faz necessária
uma simples palavra de amor...
Procuro razão pra sorrir,
fazer poemas alegres, rir,
mostrar um lado mais risonho,
correr atrás de um sonho,
despojar os versos enfadonhos...
Mas escrevo o que sinto e vejo.
E o que vejo, eu sinto...
Não desejo.

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